quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Estudos do TP5

TP5 – Estilo
• O estilo é o resultado de uma escolha dos meios de expressão realizada pelo falante.
• O estilo liga-se a intenção do falante.
• A emoção e a afetividade estão presentes no estilo.
Após construir estes conceitos coletivamente, discutiu-se como o estilo está presente em sala de aula. Do que foi dito neste breve estudo, concluímos que a presença da Estilística nas aulas de português é da maior relevância. Desperta a sensibilidade lingüística e o gosto literário do aluno, além de motivar e tornar menos árido o estudo da matéria gramatical. Vale lembrar que muitas das aparentes irregularidades da língua têm sua origem em motivações de natureza estilística. Por fim, cabe enfatizar que o estudo da Estilística e o da Gramática são perfeitamente compatíveis, por se tratar de disciplinas complementares e afins, e tanto o professor quanto o aluno sairão ganhando com essa dobradinha, sobretudo como subsídio para a pratica da redação e da compreensão de textos.
Para ilustrar este aspecto da língua portuguesa, apresentei o vídeo “Fita Verde no Cabelo” de Guimarães Rosa. Este vídeo articula vários estilos e conduz ao raciocínio através das alegorias presentes, as quais fazem toda diferença ao se tratar dos aspectos semânticos. Dos textos de Guimaraes Rosa, é possível destacar: uso de frases caótica, frases na ordem inversa, português arcaico, neologismos, regionalismos, mudanças de classe gramatical, sufixos e prefixos, transposição da linguagem oral para a escrita, uso de provérbios populares, frases entrecortadas, etc.
Avançando na Prática: O texto “Palavras” de Adriana Falcão também foi lido para dar enfoque a um estilo acerca do plano sonoro. O texto mostra a tonalidade emotiva das palavras, o sentimento que cada uma desperta em quem as usa. Na ocasião, coloquei aos cursistas a importância de se ter um novo olhar para as produções escolares, uma vez que as escolhas do aluno representam a subjetividade, e em análise, muitas vezes não temos esta sensibilidade em avalia-las.

- TP5 – Coesão e Coerência
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que se lê / diz. Esses mecanismos linguísticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito / dito são os referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja coerência, não só entre os elementos que compõem a oração, como também entre a sequência de orações dentro do texto.
A fim de analisar estes elementos, propus os seguintes textos:

Texto 1:

Nesta tira, apenas identificamos os elementos coesivos aparentes. Relacionamos, inclusive, a importância da coesão para que haja coerência e concluímos que: para que haja coerência, um texto precisa ser coeso, ao passo que um texto coeso não irá ter necessariamente coerência.

Texto 2:

As tiras da Mafalda são sempre suportes excelentes de análise! Neste caso, analisamos os elementos coesivos implícitos, pois não precisam estar aparentes. Nesta tira, a coesão se dá a partir do conhecimento prévio que se tem sobre a aversão que a personagem tem por sopa, e que proporciona toda a coerência do texto. Textos como estes demonstram que se não houver um ensino direcionado que privilegia a linguística, não haverá entendimento, isto porque o estudo gramatical torna o entendimento limitado.

Texto 3:


O texto 3 trata de elementos de coesão que o leitor elabora durante a leitura, e que são imediatamente redirecionados pelo autor, como numa quebra de expectativa a fim de que possa haver humor.

Texto 4:

A propaganda da Coca-cola possui significado intenso desde que haja relação entre texto e imagem. O produto é tão leve – light – a ponto de levitar. Caso a tarja da garrafa não possuísse a expressão “light”, o entendimento ficaria comprometido. Neste caso, verifica-se a importância da coesão entre texto e imagem para fin de coerência.

Texto 5:
O cartaz
O desejo

O pai
O dinheiro
O ingresso

O dia
A preparação
A ida

O estádio
A multidão
A expectativa

A música
A vibração
A participação

O fim
A volta
O vazio


No poema de Affonso Romano de Sant’Anna, os elementos coesivos são elípticos e, mesmo assim, temos indiscutível coerência.
Estes foram alguns exemplos trabalhados e discutidos a fim de demonstrar as relações entre coesão e coerência na construção de um texto. A partir destas análises, passamos a entender as diversas possibilidades que um texto apresente, uma vez trabalhado sob a ótica da linguística.
Para fins de discussão e também de diversão (por que não?), apresentei o vídeo “Conto de Fadas Improvável”. Endereço do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=kj8egQo9qw4
Foi a oportunidade de apresentar idéias de aplicação de aula com objetivo de se trabalhar coesão e coerência. Este vídeo apresenta uma proposta com regra simples, a platéia sugere o nome de um conto de fadas que não existe. Os jogadores deverão encenar o conto de fadas sempre rimando suas falas. O jogo é ótimo e pode ser aplicado em sala de aula, com algumas modificações, certamente. Cada cursista elaborou uma proposta de trabalho a partir da ideia do vídeo, em que se valorizasse às questões referentes à coesão e coerência, sendo que cada proposta foi discutida conforme sua funcionalidade e viabilidade, bem como alcance de objetivos.
Para complementar os assuntos apresentados do TP5, foram realizados mis duas atividades:
Atividade 1: Ditado
Proposta de trabalho
1. Fazer a leitura de um texto numa velocidade normal e os cursistas terão de anotar o maior número possível de palavras. (Foi feita a leitura de um fragmento do texto “Vovô fugiu de casa” de Sérgio Caparelli)
2. Um segunda leitura é feita. Ela deve permitir completar a informação recebida durante a primeira leitura.
3. Dividir a turma em grupos. Dentro de cada grupo, devem trocar informações até chegar a uma versão próxima do texto original.
4. Cada grupo apresenta sua versão.
Nesta atividade, o objetivo é trabalhar os elementos de coesão, pois são anotadas palavras ou fragmentos e, após, as informações são agrupadas tendo que formar um texto coeso.

Atividade 2: Complemento coerente
Proposta de trabalho
1. Apresentar uma letra de música pouco conhecida com as rimas finais ocultas, para que a completem com coerência.
2. Desenvolver um trabalho de leitura e compreensão após a atividade. É muito divertido pela diversidade de opiniões apresentadas.
Exemplo:
Eu sou só um bicho carente de _______________
Uma criança problema no meio de um _______________
Ou choro sozinho num canto na hora do ____________________
Ou banco o palhaço e faço _____________________
No fundo, no fundo, no fundo sou um ______________________
Um vira-lata de raça, raposa no dia de ____________________
Eu quebro o protocolo, me atiro no seu ________________
Eu salvo sua vida quando você se ____________________
Minha dor não dói, sou marginal, sou _______________
Eu sou Marlon Brando, vivo numa ilha
Não faço papel de santo nem pra minha ________________
Não posso ser outra coisa se não James Dean
Eu sempre fui mais bonzinho quando sou _________________

Em outra etapa, foram realizadas as atividades propostas n TP5 - Unidade 20 – Relações Lógicas no Texto: Seção 1: A lógica do (no) texto, Seção 2: A negação, Seção 3: Significados Implícitos. Cada grupo realizou as atividades propostas no TP e apresentaram seus resultados para o grande grupo. Acreditamos que o fato do professor estar realizando estes exercícios o colocam frente as experiências que o aluno irá passar, abrindo assim seus horizontes para uma prática mais acessível visando o objetivo da linguagem.

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