terça-feira, 22 de setembro de 2009

Encontros de Setembro




Iniciamos apresentando ao grupo a proposta das Provas Diagnósticas do GestarII. Aos professores foram repassadas tais informações: As provas diagnósticas de entrada têm por objetivo medir os resultados da aprendizagem dos alunos e servir como base para o replanejamento escolar do professor. A prova de saída vai apresentar resultados que serão comparados com os dados colhidos na avaliação de entrada. Dessa forma, cada professor poderá identificar e acompanhar os avanços ocorridos nas salas de aula durante a implementação do programa.
Todos os cursistas demonstraram interesse e irão aplicar a prova entre os dias 21 e 25 de setembro. Foi sugerida uma planilha para acompanhamento dos resultados (em anexo).
Na sequência, realizamos a socialização das atividades aplicadas em sala de aula. Cada qual relatou o detalhamento de suas práticas, enfatizando sempre os bons resultados atingidos. É possível perceber em seus relatórios que há efetiva aplicação dos diversos gêneros (propagandas, poesias, contos, crônicas, música, etc.) em sequências didáticas, e os professores procuram sempre adaptar as atividades conforme a realidade de cada turma e escola. Nesta perspectivas, foram comentadas as impressões sobre o texto “Gêneros, como usar”.
Como atividade inicial (elaborada pela colega Daiana), e também contemplado os aspectos do caderno TP4 – Leitura e Escrita, realizamos “A Lista”: assistimos ao vídeo de Osvaldo Montenegro e os professores responderam ao questionário relativo ao tema da música. Com esta atividade, puderam relaxar e exercitar a escrita de uma maneira mais lúdica.
As abordagens teóricas ficaram por conta de dois aspectos: “Concepções de Linguagem”, em que realizamos uma reflexão sobre a importância de se ter noção da evolução nas concepções de linguagem. Na década de 1970, uma transformação conceitual mudou as práticas escolares. A linguagem deixou de ser entendida apenas como a expressão do pensamento para ser vista também como um instrumento de comunicação, envolvendo um interlocutor e uma mensagem que precisa ser compreendida. Todos os gêneros passaram a ser vistos como importantes instrumentos de transmissão de mensagens: o aluno precisaria aprender as características de cada um deles para reproduzi-los na escrita e também para identificá-los nos textos lidos. Em pouco tempo, no entanto, as correntes acadêmicas avançaram mais. Mikhail Bakhtin (1895-1975) apresentou uma nova concepção de linguagem, a enunciativo-discursiva, que considera o discurso uma prática social e uma forma de interação - tese que vigora até hoje. Essas ideias ganharam suporte das pesquisas que têm em comum às concepções de aprendizagem socioconstrutivistas, que consideram o conhecimento como sendo elaborado pelo sujeito, e não só transmitido pelo mestre.
Hoje, a tendência propõe que certas atividades sejam feitas diariamente com os alunos de todos os anos para desenvolver habilidades leitoras e escritoras. Entre elas, estão a leitura e escrita feita pelos próprios estudantes e pelo professor para a turma (enquanto eles não compreendem o sistema de escrita), as práticas de comunicação oral para aprender os gêneros do discurso e as atividades de análise e reflexão sobre a língua.
Outro ponto teórico discutido foi “Zona de desenvolvimento Proximal”, assunto já abordado pelo colega Cassiano e que foi de muita valia para meus propósitos nesta oficina. Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), é um conceito elaborado por Vygotsky, e define a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um problema sem ajuda, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através de resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com outro companheiro. Quer dizer, é a série de informações que a pessoa tem a potencialidade de aprender mas ainda não completou o processo, conhecimentos fora de seu alcance atual, mas potencialmente atingíveis.
Esta idéia aproxima-se afirma que o indivíduo não pode construir conhecimento novo sem uma estrutura, um fundamento, de aprendizagem prévia. Lev Vygotsky diz que o indivíduo não pode transpor um expediente de aprendizagem sem algum um conhecimento anterior cognitivamente relacionado, a fim de conectar e suportar a nova informação. Assim (novamente valendo-me do exemplo do colega Cassiano) se o aluno não concretizar o aprendizado de contrução de frase, não conseguira efetivamente contruir umt exto. Para os cursistas, esta explicação foi muito válida, a medida que conseguiram entender os processos e mecanismo na aquisição do conhecimento.
Em seguida, ainda dentro de uma linha teórica, entretanto mais analítica, lancei as questões: Escrever – Arte e técnica? / Arte ou técnica? Para analisar estas questões e definir posicionamentos, entreguei aos cursistas alguns itens sobre o assunto. São eles:

1. Escrever bem, antes de mais nada, é técnica expressa em conhecimentos de gramática e estilo. Junte isso ao exercício da sensibilidade e da reflexão, do drible na falta de tempo para leitura e da reverência ao trabalho silencioso de escrever sem a mínima preguiça de reescrever, depois misture tudo e deixe em fogo brando por cerca de três anos. Está pronta a fórmula. Está pronta a Técnica.
2. Agora escrever bem também é Arte. Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito de sê-lo. Com todo o direito a sê-lo… (F. Pessoa). A Técnica tem seu espaço. A loucura faz às vezes da Arte, o preenchimento, a Via Láctea.
3. Saber reduzir, simplificar, é Arte. Escrever longos textos é Técnica. Driblar a deficiência na formação escolar é Arte. Recorrer ao dicionário é Técnica.
4. Digerir o turbilhão de informações do dia-a-dia é Arte. Não deixar-se alienar também é Arte. Encontrar tais informações é Técnica.
5. Ler Drummond é o enlace da Arte com a Técnica. Ler quadrinhos, a união da Técnica com a Arte. Não grites, não suspires, não mates: escreve.
Pensa na doçura das palavras. Pensa na dureza das palavras. Pensa no mundo das palavras. Que febre te comunicam. Que riqueza. (Drummond)
6. Respeitar a verdade é Técnica. A Redação com R maiúsculo tem como princípio respeitar a verdade, isso é Técnica. Já conhecer a verdade e a verdade vos libertar é outro papo, e isso é Arte. O propósito de enganar não pertence à Arte. Tampouco à Técnica.
7. Escrever com clareza é Arte e Técnica. Mais de uma em um determinado texto. Mais de outra, noutro. Expressar o pensamento sem obscuridade é Arte. O fácil tornando-se difícil, graças ao desnecessário, isso é falta de Técnica.
8. A coerência é Técnica, a concisão é Arte. Ser preciso é Arte, ser correto é Técnica. Ser criativo – aí o bicho pega.
9. A redação técnica, instrumento de trabalho de biólogos, advogados, promotores, juízes, doutores, peritos, investigadores, químicos, físicos nucleares, quânticos e chapados, pode ser criativa, mas não me perguntem como. Se bem que um texto longo, inchado de fatos etc. e tal, com termos técnicos e palavras que soam como palavrões aos ouvidos de 80% da população brasuca deve ficar muito melhor com uma conotação afetiva, uma metonímia – que seja – ou a luz da ironia. Só de aridez não se faz uma resenha.

Cada professor leu um item e discutimos os aspectos que são aplicáveis em nossas práticas de produção textual. Afinal, escrever não é a união da arte com a técnica?
Para complementar nosso estudo acerca do TP4 – Leitura e Produção Textual, fizemos a leitura do artigo da Revista Nova Escola “Produção de Texto” (http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/fundamentos/escrever-verdade 427139.shtml). A leitura do artigo nos proporcionou vários momentos de reflexão e discussão sobre as práticas de produção textual sugeridas. Algumas delas certamente servirão de base e modelo para a implementação das técnicas usadas por nossos professores em sala de aula, principalmente quanto à importância da revisão das produções pelos alunos.
Quanto ao estudo da unidade 16 do TP4, as dinâmicas foram organizadas da seguinte maneira: leitura e análise da Seção 1 – Escrita, crenças e teorias. Nesta seção, foi possível rever alguns mitos sobre leitura e escrita e suas relações.
Como atividade prática, sugeri que assistissem ao vídeo “capturando o vento”. Após deveriam elaborar um plano de aula a partir deste vídeo, considerando as abordagens vistas e as implicações da Seção 2, Unidade 16, TP4. A atividade exigiu bastante empenho, uma vez que deveriam elaborar objetivos, metodologias e etapas para o planejamento da aula. O resultado foi muito bom, uma vez que puderam trocar ideias e rever algumas práticas que, ao longo dos anos, acabaram se tornando repetitivas e ineficazes. Essas trocas são extremamente produtivas, auxiliando o professor na reflexão e na busca de melhores resultados no que diz respeito à leitura e escrita.

Encontros na escola

1. Plantão Pedagógico

Os encontros presenciais nas escolas aconteceram nos dias: 08/09/09 – Escola Imaculada Conceição, 09/09/09 – Escola Dr. Jairo Brum e 10/09/09 – Escola Alexandre Bacchi.
Nestes encontros, pude verificar a aplicação das atividades e as práticas estudadas durante as oficinas, e foi possível evidenciar as ações decorrentes das socializações nas oficinas e trocar ideias sobre sua aplicabilidade e viabilidade dentro de cada realidade escolar.
Nesta perspectiva, a realização do Plantão Pedagógico é um atendimento diferenciado ao professor que amplia as possibilidades de desenvolvimento das atividades e estudos relacionados ao programa GESTAR II e uma consequente melhoria da qualidade de atendimento aos alunos, considerando os momentos de troca de experiências na construção de um aprendizado mais significativo.
Foi oferecido, também, um material extra de estudo ao professor, bem como questões de avaliação. O texto disponibilizado encontra-se no site:
http://revistaescola.abril.uol.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/generos-como-usar-488395.shtml
Os professores cursistas, a partir da leitura, responderam as seguintes questões, sedo cada qual discutida na próxima oficina:

Leitura e Processos da Escrita I – TP4

As práticas e necessidades de diferentes culturas e as funções e os usos da leitura e escrita estão interligadas. Para entendermos essa relação, é importante refletirmos sobre como se desenvolvem as práticas na escola e os usos que se faz da escrita na sociedade, no nosso dia-a-dia no trabalho, no lazer, na religião, nas festas, etc.

1. A partir da leitura do texto “Gêneros, como usar”, como você visualiza sua prática em sala de aula?
2. Através do uso variado dos gêneros, é possível criarmos situações didáticas que levam o aluno a produzir conhecimento para melhorias na leitura e, principalmente, na escrita. Como os gêneros têm auxiliado seu trabalho na tentativa de levar o aluno a escrever melhor?
3. Escrever é uma atividade importante tanto dentro como fora da escola. A escrita ocorre porque exerce diferentes funções comunicativas e finalidades. Em sala de aula, a prática da escrita deve preparar os alunos para se comunicarem adequadamente nas diferentes funções de trabalho que venha a ocupar, na continuidade dos estudos, no lazer, nas resoluções de problemas do cotidiano, na religião, etc. Cite e comente algumas práticas do Gestar II que auxiliaram seu trabalho em sala de aula.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Nossas Fotinhos!!!


MUITA CONCENTRAÇÃO EM NOSSOS ENCONTROS, AFINAL O ASSUNTO ERA PRODUÇÃO TEXTUAL...

Lisbon Revisited (Alvaro de Campos)

NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?


Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!

(Esta poesia, principalmente a parte em destaque, nos remete ao fato de escrever: arte ou técnica????)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Mais um encontro

Iniciamos os trabalhos do encontro do dia 12 de Agosto, à noite, com a mensagem “Expressões Idiomáticas”, somente como um warm-up, isto por acreditar que ao dar início aos encontros, devemos provocar um clima e ambientes agradáveis e descontraídos.
Num segundo momento, os professores relataram a aplicação das atividades e, em especial, a atividades sugeridas no quadro “Avançando na prática”. A cada explanação, cresce a certeza que estamos no caminho certo em busca de uma educação voltada para os anseios de nossa comunidade escolar.
Após estes apontamentos, introduzimos nosso estudo do TP4 – Leitura e Processos de Escrita I com a temática “Alfabetização e Letramento”. Foi lançada a questão sobre o que são estes conceitos e qual é a relação entre eles. Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa “literacy” que pode ser traduzida como a condição de ser letrado. Um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado. Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; letrado é aquele que sabe ler e escrever, mas que responde adequadamente às demandas sociais da leitura e da escrita. Alfabetizar letrando é ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, assim o educando deve ser alfabetizado e letrado. A linguagem é um fenômeno social, estruturada de forma ativa e grupal do ponto de vista cultural e social.
Seguindo este raciocínio, o grupo obteve clareza em definir que a alfabetização deve se desenvolver em um contexto de letramento como início da aprendizagem da escrita, como desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes de caráter prático em relação a esse aprendizado; entendendo que a alfabetização e letramento devem ter tratamento metodológico diferente e com isso alcançar o sucesso no ensino aprendizagem da língua escrita, falada e contextualizada nas nossas escolas.
O vídeo “O que é letramento?” de Kate Chong ajudou-nos a compreender melhor estas definições, e como complemento a seguinte ideia:
Ler o mundo sempre precede ler a palavra,
e ler a palavra implica continuamente ler o mundo...
Neste caminho, entretanto, nós podemos ir mais longe e dizer que ler a palavra não precede meramente o ato de ler o mundo, mas de uma certa forma de inscrevê-lo
ou reescrevê-lo, que é de transformá-lo por significados de consciência,
trabalho prático. Para mim, esse movimento é central para o processo de Letramento.
(FREIRE; MACEDO, 1987, p. 35)
Para elucidar e trazer estas questões às luzes da sala de aula, propus uma análise de textos de crianças em processo de alfabetização através de uma análise sob a ótica de João Wanderley Geraldi:
Segundo o ponto de vista bakhtiniano, toda a enunciação é apenas uma fração de uma corrente de comunicação verbal ininterrupta”. Como situar nesta corrente os textos escritos por crianças em seus primeiros anos de escolaridade? Excluí-los desta corrente significaria assumir que o esforço da criança para escrever produz o perverso efeito de uma desterritorialização enunciativa: enquanto falantes, as crianças participariam do processo contínuo de produção de enunciados; enquanto aprendizes da escrita, face ao estranhamento próprio dos convívios iniciais,produziriam textos excluídos deste mesmo fluxo, como se fossem estrangeiros diante das palavras de sua própria língua.
João Wanderley Geraldi - Artigo: PALAVRAS ESCRITAS, INDÍCIOS DE PALAVRAS DITAS
Utilizamos os seguintes textos (feitos por crianças) para reflexão:
Texto 1: A casa é bonita.
A casa é do menino.
A casa é do pai.
A casa tem uma sala.
A casa é amarela.

Texto 2: Era uma vez umpionho queroia ocabelo
Dai um emninopinheto dapasou um umenino lipo
Enei pionho ai pasou. Daí omenino pegoupionho da amunhér pegoupionho
Dai todo mundosaiogritãdo todomundo pegou pionho
Di até sofinho begoupionho.

Ao analisarmos ambos os textos, verificamos que o primeiro texto não representa um produto de uma reflexão, tratando-se de fragmentos de informações desarticuladas, nasce, o que Geraldi nomeou como “aluno-função”. No segundo texto, há presença de uma história, ainda que haja prejuízos ortográficos, o aluno consegue articular sua ideia e estabelecer uma interlocução com um possível leitor. Este aluno foi reprovado e repetiu a primeira série, enquanto o autor do primeiro texto foi aprovado.
Embora tenhamos feito estas reflexões sobre alunos de séries iniciais e o grupo de professores do Gestar seja de área, levamos em consideração que ainda durante a 5ª série recebemos alunos com dificuldades semelhantes e por, muitas vezes, fazermos o trabalho meramente de alfabetização, enquanto o que deveria acontecer é um processo mais intenso de letramento. Isto serviu para concluirmos que, embora possamos verificar problemas ortográficos no segundo texto, este não apresenta artificialidade, pois há efetivamente a presença de um sujeito, e isto garante que o professor tenha maior sucesso na tentativa de construir e implementar o letramento.
Sabemos que letramento está convencionado à leitura, portanto analisamos o vídeo da TV escola: “Como as crianças aprendem a gostar de ler”. Neste vídeo, contamos com o depoimento da renomada Ana Maria Machado, a qual propõe que se ofereçam múltiplas possibilidades de o aluno conhecer os diversos gêneros para que ele possa encontrar o adequado às suas preferências. A autora faz uma metáfora dizendo que: “Ler e namorar têm semelhanças. A gente só aprende a gostar de namorar quando encontra o parceiro certo, então da mesma forma aprendemos a gostar de ler quando encontramos o “parceiro” certo.”
Para explicitar esta metáfora, cada professor fez uma explanação de sua descoberta da leitura e sua relação com ela. Apresentei a eles alguns gêneros literários, lendo alguns fragmentos, e eles identificaram o qual possuía maior relação com eles próprios. Como sugestão de aula, propus que levasses essa atividade para a sala de aula, para que os alunos pudessem se descobrir na leitura. Nesta perspectiva, fizemos a leitura dos textos de Patativa de Assaré e Paulo Freire, ambos encontrado no TP4, páginas 18 e 19, sobre como descobriam o prazer pela leitura, sempre fazendo reflexões acerca do assunto.
A questão da escrita também foi abordada em consonância com as reflexões acerca da leitura. Lancei a questão: “E como as crianças aprendem a gostar de escrever?” Refletimos sobre a imagem projetada (em anexo no Power Point), e entendemos que há que provocar no aluno o entusiasmo em escrever através de temáticas interessantes a ele. Vários foram os exemplos que os professores trouxeram, explanando sobre como fazem este processo em sua realidade escolar.
Na sequência, foi realizada a atividade sugerida na TP4, na Seção 2, páginas 32 a 34. E, para intensificar os estudos sobre leitura e escrita, a unidade 14 foi trabalhada pelos professores, em grupo. Cada grupo realizou uma análise das seções e socializou com os demais grupos. Também aproveitamos a atividade para fins de sugestão de aplicação em sala de aula.
Após a conclusão das atividades, solicitei ao professores que fizessem uma avaliação do curso e sua aplicabilidade. Todos demonstraram-se satisfeitos com os resultados e, especialmente, neste encontro, a professora Nayara Spagnolo manifestou-se dizendo que os alunos estão adorando as atividades do GESTAR, solicitando a ela que façam sempre “essas atividades diferentes”. A professora Maria de Lurdes, a qual tem perfil de professora apegada à gramática, relatou estar modificando sua prática e que os alunos estão mais participativos entusiasmados.
A cada encontro, posso sentir que os objetivos do curso estão sendo afirmados, principalmente porque o grupo de professores está disposto a fazer a diferença.